Galeria de bichos Ameaçados : tubarão-mangona


Parece feroz, mas não é Conheça os hábitos do tubarão-mangona, mais uma espécie ameaçada de extinção


Quando Chapeuzinho Vermelho perguntou ao Lobo Mau para que serviam os seus dentes enormes, ouviu uma resposta nada agradável: "Para te devorar!" Se você visse os longos e afiados dentes do tubarão-mangona e fizesse a mesma pergunta a ele, não pense que o peixe, se pudesse, diria o mesmo que o lobo! Com certeza, o tubarão-mangona responderia apenas: "Para cortar os pequenos peixes que caço e como."

Pois é, o tubarão-mangona é feroz apenas na aparência. Animal calmo, alimenta- se de peixes pequenos e raramente morde pessoas, embora não viva muito longe das praias e chegue, diversas vezes, bem perto da área usada pelos banhistas. Esse tubarão apenas ataca quando se sente ameaçado ou é provocado pelo homem.

O tubarão-mangona é marrom-claro e tem pequenas pintas pretas espalhadas pelo corpo. Pode ser encontrado sozinho ou em grupos de até 80 animais. Em geral, esse peixe se junta a outros da sua espécie para migrar: ele costuma procurar locais para se reproduzir que considere seguros tanto para si quanto para os seus filhotes. Águas rasas com fundo de areia ou recifes de coral são os lugares de que ele mais gosta. Mas o tubarão-mangona também pode formar cardumes para cercar os pequenos peixes que come, embora possa caçá-los sozinho, se desejar.
Procura-se!
Nome científico: Carcharias taurus.
Nome popular: tubarão-mangona.
Tamanho: de um até três metros de comprimento.
Peso: de 10 a 300 quilos.
Local onde é encontrado: em todos os oceanos. No Brasil, pode ser visto do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul.
Hábitat: águas rasas, que não ultrapassam a profundidade de 25 metros e nem são muito quentes.
Motivo de busca: animal ameaçado de extinção!

Por falar em reprodução e comida, os filhotes dessa espécie têm um jeito estranho e curioso de se alimentar enquanto estão no útero: eles comem outros irmãos menores, que são menos desenvolvidos. Ou seja, fazem um tipo de canibalismo no útero! Dessa forma, apenas um filhote sobrevive por parto. Mas isso não significa que o tubarão-mangona tenha apenas uma cria a cada gestação, que dura entre nove e 12 meses. Como a fêmea de tubarão tem dois úteros, nascem dois filhotes!

Primeira espécie de tubarão a ser protegida por lei no planeta (na Austrália, em 1984), o tubarão-mangona corre sério risco de desaparecer em todo o mundo. A pesca intensa, a destruição do seu hábitat e a falta de alimento estão fazendo essa espécie sumir, o que tem levado diversos países a protegê-la.

Muita gente gosta de caçar o tubarão-mangona para exibi-lo como trófeu por ele ser grande e parecer feroz. Além disso, ele costuma ser pescado em grande quantidade. Mas essas atividades podem acabar com os tubarões-mangonas, pois, como vimos, eles têm apenas dois filhotes a cada ano. Portanto, é preciso tomar medidas para preservá-los. Os cientistas sugerem que sua captura seja proibida em todo o mundo e que se criem áreas nos oceanos, protegidas por lei, onde a espécie possa ter seus filhotes sem riscos.

Proteger tubarões, no entanto, não é muito fácil, porque a fama de feroz desses bichos faz com que as pessoas não tenham simpatia por eles. Mas sempre é tempo de entender que os tubarões são predadores marinhos que ajudam a manter o equilíbrio ecológico e, portanto, que sua sobrevivência é muito importante!

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