Como trabalha, Nágela aproveitava cada momento livre para estudar. (Foto: Arquivo pessoal) |
Ela disse que ainda não parou para pensar nas mudanças que terá daqui para frente na vida, depois de sonhar tanto tempo em estudar o que gosta. "Vou comemorar, não sei nem como. Estou sem saber o que fazer", afirma.
Nágela, de 35 anos, concluiu o ensino médio em 1991, mas a vocação para a medicina só foi descoberta após uma doença neurológica. "Tive um problema de saúde e me apaixonei por medicina". Por várias vezes, ela fez vestibular para outros cursos, como administração, pedagogia, letras e direito. Passava sempre entre os primeiros lugares, afirma, mas acabava desistindo. "Não me matriculava para não tirar a vaga de outra pessoa que realmente queria", explica.
Rotina puxada
Nágela atualmente é servidora da Universidade Federal do Ceará (UFC) onde dá expediente das 16h às 22h, na coordenação do curso de Secretariado Executivo. "Dormia normal porque senão o rendimento caía. Mas eu estudava sempre que tinha uma hora vaga, à noite, no horário de almoço".
Até conseguir realizar o sonho, a rotina foi puxada: acordava às 5h30, fazia curso pré-universitário pela manhã e continuava a estudar até a hora de ir para o trabalho. "Quando chegava à noite ainda dava uma olhada nos livros, revisava alguma coisa. Eu ficava no colégio e ia direto para o trabalho", recorda. Nos fins de semana, o passatempo era na biblioteca da escola. "Até dia de domingo eu vinha para a biblioteca", diz.
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