O que é Blu-ray?

Por Jonathan D. Machado em 31 de Maio de 2012
Discos têm sido usados como principal mídia de armazenamento de informações há décadas, passando entre discos de vinil, disquetes, discos rígidos e os atuais discos ópticos. Na vanguarda desta evolução está o Blu-ray, a mais nova mídia óptica que promete desbancar de vez como DVD.
Continue acompanhando este artigo especial do Tecmundo e descubra um pouco mais sobre a mais nova mídia óptica.

O novo rei dos discos

O desenvolvimento do Blu-ray começou ainda em 2000, tendo como patrocinadoras várias grandes empresas de eletrônicos, incluindo Sony, Panasonic, LG, Philips e Samsung. Mais tarde, o grupo foi nomeado como “Blu-Ray Disc Association” e permitiu a entrada de outros nomes de peso, como Apple, Intel, Dell, Warner Bros. e Walt Disney.
A principal meta do projeto era suprir o mercado com um novo padrão de disco óptico capaz de armazenar uma quantidade de dados muito maior do que a do DVD, tendo em mente a crescente demanda para o conteúdo em alta resolução. O primeiro produto comercial resultante da empreitada viria em 2006, com um leitor de Blu-ray da Sony.
Exemplo de mídia Blu-ray (Fonte da imagem: Divulgação/Mitsubishi)

Na época da concepção do Blu-ray, outro formato também competia para ocupar o lugar da próxima mídia de alta resolução, o HD-DVD. Essa competição para decidir o formato dominante duraria vários anos, deixando os próprios consumidores receosos em comprar qualquer um dos dois para não arriscar apostar no lado perdedor.
A Toshiba, principal patrocinadora do HD-DVD, anunciou em 2009 que abandonaria o projeto e passaria a fabricar o seu próprio leitor de Blu-ray, consolidando de vez a vitória do disco do raio azul. Boa parte do crédito para essa aceitação pode ser atribuída ao fato de o PlayStation 3, da Sony, ter o Blu-ray como mídia principal.

Capacidade e especificações

O principal diferencial do Blu-ray em relação ao DVD é sua capacidade de armazenamento, que passa dos 9 GB do DVD dual layer para 25 GB em cada camada na nova mídia. Isso permite discos com 50 GB em duas camadas e até 128 GB em quatro camadas. Porém, a maioria dos leitores está limitada aos discos Blu-ray dual layer, sendo que as mídias com mais camadas pertencem ao novo padrão BDXL. Confira abaixo a tabela com as diferenças de capacidade entre os formatos.

A mágica para este fenomenal aumento na capacidade, considerando que o Blu-ray tem o mesmo tamanho do DVD e do CD, está na concentração das trilhas de gravação. Nas mídias ópticas, o processo de leitura dos dados acontece por causa de um laser que detecta pequenos “furos” encravados em um filme no disco.
As diferenças de tamanho entre esses furos determina se o bit sendo lido é zero ou um. Para aumentar a concentração de dados, basta apenas diminuir os tamanhos dos furos. Em DVDs, o tamanho máximo destas trilhas não passa de 0,74 µm, enquanto que um Blu-ray trabalha com trilhas de 0,32 µm.

A cor do laser também é crucial para esta melhora, já que o novo feixe azul usado no Blu-ray é muito mais controlável do que a usual luz vermelha dos DVDs e CDs. O resultado é uma leitura mais precisa, capaz de detectar os furos que estão muito menores na nova mídia.

Desvantagens

Como nada é perfeito, o Blu-ray também tem desvantagens em relação aos discos anteriores. A primeira delas é, naturalmente, o alto preço cobrado por mídias virgens e também pelo hardware compatível. Este é um dos motivos que fazem os gravadores de Blu-ray ainda serem raridade hoje em dia, mas os preços tendem a baixar com o tempo.
                                    (Fonte da imagem: Divulgação/Panasonic)


Infelizmente, as novas mídias do raio azul também são mais sensíveis se comparadas com o DVD e mais ainda em relação ao CD. Isso porque o laser de maior precisão exige que os dados estejam gravados em uma camada mais próxima da superfície, deixando as trilhas muito mais desprotegidas contra riscos e poeira.
Outro “defeito” que se esperava que fosse resolvido com o Blu-ray é a incompatibilidade entre regiões. A má notícia é que ainda existe um sistema de controle de conteúdo por regiões na nova mídia. Porém, as regiões que antes eram seis foram reduzidas para apenas três, sendo que o Brasil acabou ficando na mesma região dos Estados Unidos e do Japão.

Vale lembrar que os Blu-rays livres de regiões também estão disponíveis. Além disso, para a alegria do consumidor, mais de 50% dos filmes lançados pelos estúdios têm seguido a política “Region-Free”.

O futuro do laser azul

Apesar de já ser parte do mercado do conteúdo digital, fabricantes ainda prometem aumentar ainda mais a durabilidade e capacidade do Blu-ray. Companhias como a Sony querem aproveitar as novidades trazidas pelo disco para aumentar a gama de possibilidade de aplicação.
Um exemplo é o player que toma proveito do imenso espaço dos BDXL e da capacidade de execução de aplicativos do padrão BD+ para reproduzir vídeos em resolução 4K, quase quatro vezes maior que a Full HD.
(Fonte da imagem: Divulgação/Sony)

Outras empresas já pensam até em um possível sucessor para o Blu-ray. Um exemplo é a TDK, que apresentou uma mídia com 32 camadas capaz de armazenar 1 TB. Porém, como atualizar o mercado com novos padrões de discos é um processo lento e extremamente caro, o mais provável é que o Blu-ray ainda reine soberano por mais alguns anos.

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