Opinião: Sucesso no vestibular depende de autoconfiança de alunos

Alguns eventos da vida exigem um grande preparo e empenho. Não são coisas que simplesmente a pessoa vai e faz. Como um casamento, por exemplo. Por mais singelo que ele possa ser, apenas no civil, é necessário todo um trâmite legal. Sem contar o lugar onde o casal irá morar, que precisa ser minimamente pensado e organizado. E assim vai...
Como uma mudança de casa, a chegada de um filho, a procura de um emprego e a própria manutenção dele. Tudo dá trabalho. Que o digam os vestibulandos.
Passado o primeiro semestre do ano, parece que a vida deles se torna uma loucura. Eles têm que se inscrever nos vestibulares. Para isso, já devem ter escolhido uma carreira a seguir (o que demanda uma energia grande), decidir por algumas faculdades a concorrer (alguns prestam todas, de medo de não entrar em nenhuma), preparar-se para eles e para o Enem.
Como há diferenças entre os estilos das provas – apesar de o conhecimento ser o mesmo – imaginam ter que estudar de maneira diferente para uma e outra, aumentando o trabalho que terão.
E o que estudar? São tantas disciplinas, tantos assuntos... Tentam priorizar uma ou outra coisa, procurando adivinhar qual é a mais necessária. Abrem mão de coisas importantes para a idade – namorar, sair, viajar, fazer outros cursos.
Em verdade, a vida deles se torna um turbilhão. Que é aumentado pelo medo de falharem, de decepcionarem os pais e a si mesmos, de terem escolhido a carreira errada, de não conseguirem fazer o curso e pela sensação de nada saberem. É preciso mudar, seguir em frente. O que vem por aí?

Assim como nos outros eventos da vida, esse também não fácil. Quanto mais perto as provas estão, a tendência é que as coisas fiquem mais confusas. Nesta época, algumas etapas já se passaram. Como a escolha da carreira e da instituição. O melhor é ter essas coisas como resolvidas, até porque para esse vestibular não há mais jeito de voltar atrás.
Os estudantes não devem perder seu tempo e energia com esses assuntos. Nem com a preocupação de decepcionarem um ou outro. É preciso ficar claro que o vestibular é uma seleção e que a maioria fica de fora. Todos os anos têm. Se não foi dessa vez, terão outra chance.
É hora da dedicação ao estudo. Sem a intenção de darem conta de tudo, achando não saberem nada. Sabem sim. Não temos a consciência de nosso saber. Caso contrário haveria um tremendo caos mental. Mas sabemos. A memória sobre algo será ativada diante de uma questão ou algum outro evento. Confiem em si mesmos.
O melhor é se centrar naquelas disciplinas que costumam ser mais difíceis, em seus pontos mais complicados. Mas sem exagero. Todos têm um tempo de concentração. Ir muito além, torna o estudo pouco produtivo. É pura perda de tempo.
Depois de tantos anos na escola, fica fácil para o aluno saber como o estudo rende melhor para ele – seja ficando frente aos cadernos várias horas direto ou fazendo pequenas pausas a cada hora ou hora e meia. Permitindo-se pequenos intervalos de lazer.  Que nunca deve ser esquecido. Como ir ao cinema, passear, namorar...
O importante é ter claro o que deve ser priorizado, montando o melhor esquema para organizar o tempo e as matérias a serem estudadas. Mas é sempre bom lembrar – confiem em si mesmos e em todo o trabalho que já realizaram. Boa sorte a todos!!
(Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga)

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