Professores dizem que a 2ª prova do Enem foi cansativa e desgastante

Exemplar da prova rosa do Enem (Foto: G1)
Professores de cursinhos ouvidos pelo G1 consideraram que a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) aplicada neste domingo (23) foi cansativa e desgastante para os candidatos. O exame reuniu 90 questões de linguagens, códigos e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, além da redação.
Edmilson Motta, coordenador-geral do Etapa, disse que a prova (baixe o arquivo, em PDF) trouxe questões parecidas em português e matemática que desgastaram o candidatos e podem impactar na nota final. “A prova de português estava bem focada na interpretação, ou seja, na competência de saber interpretar textos, cartoons, artigos de jornal, entre outros.”

Em matemática, Motta detectou uma falha na questão 144 (da prova amarela) entre as alternativas apresentadas como resposta. Segundo ele, a resposta correta é a letra 'E', mas em vez de "iguais dois a dois" como traz o exame, o ideal seria constar algo como "dois pares de sólidos iguais."
Luis Ricardo Arruda, coordenador Anglo, disse que de modo geral a prova estava bem elaborada, porém em literatura, os professores do cursinho reclamaram que a banca se limitou a autores recentes. Em português, segundo ele, o maior problema para os candidatos foi o tempo. "Três minutos foram insuficientes para responder cada questão."
Prova do Enem exigiu muita leitura, segundo os professores (Foto: G1)
Prova do Enem exigiu muita leitura, segundo os professores (Foto: G1)

Redação
Simone Ferreira Gonçalves Motta, professora de português do Etapa, afirmou que ao tema da redação "viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado" permitiu que o aluno pudesse trabalhar em profundidade com a argumentação. "Não existe nada fácil quando se fala de elaboração de ideias, mas o tema é muito próximo do aluno e isso pode ter facilitado o processo."
Duas reportagens e uma tira de quadrinhos foram os textos de referência da redação. São elas as matérias "Liberdade sem fio" e "A internet tem ouvidos e memória", publicadas pela revista "Galileu" e pelo portal "Terra", respectivamente, e uma tira da série "Quadrinhos dos anos 10", do cartunista André Dahmer.
A questão das redes sociais também apareceu na prova de linguagens, códigos e suas tecnologias. A prova tinha ainda textos de João Cabral de Mello Neto e pedia a interpretação de um anúncio de uma publicidade sobre o programa "Noites do Terror", do parque de diversões Playcenter, de São Paulo.
A prova de linguagens, códigos e suas tecnolgias tratava ainda de questões relacionadas a educação física, como as lutas e artes marciais e a dança. A parte de línguas estrangeiras era composta por cinco questões de inglês ou espanhol (o estudante fazia a opção pelo idioma no ato da inscrição para o Enem), baseadas em interpretação de texto.
Prova de matemática teve muitas representações em gráficos e tabelas (Foto: G1)
Prova de matemática teve muitas representações em gráficos e tabelas (Foto: G1) Matemática
A prova de matemática trouxe muitas questões com gráficos e tabelas para buscar dos alunos a interpretação das imagens apresentadas. Também foram abordadas questões de geometria plana e geometria espacial. Em uma das questões, o candidato deveria responder se uma sombrinha oriental era a representa~çao de uma superfície de revolução chamada pirâmide, semiesfera, cilindro, tronco de cone ou cone.
Segundo o professor  Felipe Rossi, do cursinho de A a Z, do Rio, as questões mais fáceis da prova de matemática são as relacionadas à conversão de medidas (como, por exemplo, a pergunta sobre o carro em miniatura e a mecânica do pistão), além da questão sobre o guarda-chuva, que pedia apenas o nome da figura geométrica do cone. Errar essas questões simples compromete o resultado final, por causa do sistema de correção do Enem.
 
Do G1, em São Paulo

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