Calma, você ainda não precisa trocar de console ou reprodutor de
vídeo. Apesar de ainda não ser extremamente popular no Brasil, por
esbarrar no preço e na situação de barateamento dos DVDs (incluindo aí a
questão dos discos piratas), o Blu-ray é a mídia dominante no mercado
mundial de games e filmes.
E faz sentido: ela tem maior capacidade de armazenamento (os discos
de camada dupla contam com 50 GB), possibilidade de reproduzir vídeo e
áudio em alta definição (o famoso 1080p) e também efeitos em 3D.
É verdade que o formato atual ainda é dominante e não está totalmente
defasado, mas a tecnologia não para – e tendo resoluções cada vez
melhores e conteúdos que precisam ser divididos em vários discos, já é
chegada a hora de começar a pensar em quem vai ocupar o trono depois do
Blu-ray. Mas quem será que está nesse páreo?
Mais rápido que um raio azul
Tem que gente que não larga mão de ter uma coleção de DVDs ou
Blu-rays e vê vantagem em assistir a um filme em disco – e alguns testes
ainda afirmam que as mídias físicas, graças à capacidade na hora de
armazenar conteúdo, ainda contam com uma imagem superior ao formato
digital.
Ainda não temos um sucessor concreto na indústria, mas alguns
métodos de fabricação já são capazes de produzir mídias mais potentes que o Blu-ray. A General Electric, por exemplo, anunciou a criação de um
disco holográfico de 500 GB
que impressiona, mas ainda não tem muitas praticidade, já que leva
tempo para receber a impressão de dados e não é muito indicado para
filmes, que não ocupam tanto espaço assim.
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A mídia holográfica da General Electric. (Fonte da imagem: Reprodução/GE)
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O
BDXL, com 100 GB, ainda sofre com a falta de compatibilidade com alguns aparelhos. Situação parecida vive
a mídia da TDK,
que apresentou um monstro na área de discos ópticos em 2010: uma mídia
com nada menos que 1 TB para armazenar conteúdo. O segredo está nas 32
camadas que recebem dados.
Como os reprodutores atuais não suportam esse formato, que tem o
dobro da espessura da mídia atual, a empresa ainda depende de parcerias
com fabricantes (e desenvolvedoras de filmes e jogos) para se firmar – e
isso deve levar alguns bons anos.
Mas não é bom apostar tanto assim em discos do futuro que ainda mal
saíram do papel – vale lembrar que o próprio Blu-ray venceu concorrentes
que prometiam desbancar a mídia, como o HD DVD e o chinês CH-DVD, que
foram superados por uma série de fatores, como o custo de produção, ou
apenas não receberam a adoção do mercado.
Nem precisa sair de casa
De repente, bate aquela vontade de assistir a algum filme, mas a
programação na TV não ajuda e você está com preguiça até de se levantar
do sofá. Para essas horas, o serviço de
video on demand
é de longe a opção mais recomendável. Seja a partir de filmes que vão
até você (como as entregas do NetMovies) ou pelo streaming (
Netflix,
UltraViolet,
Sky Online,
Submarino On Demand e muitos outros), esse estilo ganhou fama recentemente – e pode estar
prestes a ultrapassar as mídias físicas.
Parece estranho, mas um serviço digital pode ser solução melhor que
uma mídia mais poderosa. Na comparação entre os estilos, são várias as
vantagens: mensalidade que pode valer a pena se você utilizar o serviço
quase diariamente, biblioteca 24 horas com um catálogo no mínimo decente
e nenhum prazo para renovar ou devolver algum produto.
Como o streaming exige uma conexão com a internet para funcionar (e
uma boa rede para transmitir em HD), muita gente ainda pode ficar refém
apenas do computador para ter acesso aos conteúdos, mas os pontos
favoráveis ainda tornam esse um serviço à altura de suceder o Blu-ray.
A questão está no aparelho
Algumas empresas pensam diferente dos exemplos acima: em vez de
melhorar o disco ou o serviço de transmissão da imagem, por que não
melhorar os eletrônicos reprodutores do Blu-ray? Essa saída é mais
barata do que criar uma mídia totalmente nova ou desenvolver um serviço
de transmissão do zero.
A Toshiba, por exemplo,
exibiu no ano passado
uma linha que inclui até 5 TB de espaço para armazenar e gravar
conteúdos, o que pode aliviar a quantidade de discos em sua casa. A Sony
não ficou atrás e
mostrou um player capaz de converter qualquer vídeo de alta definição para a
resolução 4K – o futuro da reprodução de vídeos, mas que precisaria de dezenas de Blu-rays para gravar apenas um filme.
Até as telas também podem servir de grande ajuda: apesar de demorar para entrar no mercado,
algumas tecnologias
já são capazes de usar displays curvos para aproveitar melhor o 3D, uma
das possibilidades de reprodução das mídias atuais. Com isso, você não
só gasta menos, mas também garante alguns anos de sobrevida para esses
discos.
Só para fanáticos
Os
HDs externos
são mais utilizados como unidades de armazenamento para backups, mas
nada impede que a indústria se aproveite do formato e invista em discos
rígidos portáteis, porém potentes. Ele não seria uma substituição total
para o Blu-ray, já que seu custo-benefício ainda não supera o dos discos
atuais, mas uma grande opção para colecionadores, por exemplo.
Já pensou como seria ter sua série favorita em apenas um disco, em
vez de em um box inteiro? Edições de colecionador gravadas em uma
qualidade de vídeo superior poderiam ser vendidas por um preço mais alto
tranquilamente, ao menos de forma limitada.
...
Mesmo que o formato digital pareça a evolução natural do Blu-ray, o
mercado sempre pode surpreender e aumentar o reinado das mídias físicas.
Opções não faltam, mas ainda não chegou a hora saber qual será a
escolhida – e se ela será mesmo a mais viável para todos os
consumidores.
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